Você participa de alguma ação social ou de sustentabilidade e tem dúvidas de como você pode facilitar a gestão do projeto ou ideia? Eu tenho uma boa notícia para você: Graças ao Marketing Social, você pode utilizar técnicas simples para otimizar sua ação social sem nenhum tipo de apelo comercial!
Parece estranho falar de Marketing sem utilizar um produto ou serviço vendável, porém, posso te assegurar que o marketing pode ser utilizado em qualquer âmbito, inclusive na Propaganda não comercial. Isso porque os princípios da disciplina prezam basicamente no conhecimento do público e na proposição para problemas conhecidos, o que por si só abrange toda e qualquer situação que uma pessoa precisa se comunicar de alguma forma com um grupo de pessoas. Porém é preciso entender que por mais que a premissa seja a mesma em todas as modalidades do marketing, as técnicas utilizadas são em grande parte diferentes, e é justamente isso que pretendo abordar neste artigo.
Então se você está pronto, venha comigo, pois nas próximas linhas, desvendarei os mistérios do Marketing Social e darei exemplos práticos de como utilizá-lo em sua ação social.
Características do Marketing Social
O Marketing Social é uma modalidade de marketing voltada para a conscientização de um público para um problema social, normalmente feito por empresas do Terceiro Setor ou Organizações governamentais ou não para conscientizar e mobilizar pessoas na atenuação ou resolução deste problema.
No Marketing Social, as atitudes comportamentais práticas propostas têm muitas vezes como pauta questões relacionadas à mobilidade, higiene e saúde, trabalho e Empregabilidade, educação, moradia ou nutrição, sempre embasado nos preceitos éticos propostos nos direitos humanos.
Existem algumas diferenças chave entre o Marketing Social e o Marketing Comercial, que você deverá tomar cuidado na hora de criar seu planejamento, caso contrário, você corre o risco de ter uma estratégia deficiente. Cito algumas delas abaixo:
- A proposta de valor deve ser muito melhor trabalhada no Marketing Social, pois existe uma resistência maior do público em trocar seus hábitos do que de usar produtos ou serviços que necessitam;
- Os benefícios gerados pelo Marketing Social são muitas das vezes indiretos, o que pode abrir espaço para um questionamento sobre o sucesso das ações pretendidas;
- Normalmente o orçamento de campanhas de Marketing social são de 3 a 7 vezes menores do que uma campanha equivalente de Marketing Comercial. Isso exige uma gestão de dados muito mais assertiva.
Exemplo de Campanha de Marketing Social
WWF
Para aqueles que são mais velhos, vão se lembrar da ação de parceria entre o McDonald’s e a WWF que distribuía estojos com animais ameaçados de extinção. Pois essa ação, faz parte de outras centenas de milhares de ações que esse fundo faz para conscientizar os seres humanos a preservarem a biodiversidade e a natureza como um todo. Para quem não sabe, a WWF também é responsável pela Hora do Planeta, ação social com o intuito de conscientizar e engajar a sociedade em prol da luta contra o Aquecimento Global.
Em seu planejamento estratégico, a WWF utiliza técnicas de Marketing Cross Media como por exemplo Atuação em Redes Sociais com a publicação de vídeos e imagens confeccionados especialmente para elas; Relações Públicas, com a divulgação de informativos, estudos, notas para veículos de mídias e whitepapers sobre suas ações; Marketing de conteúdo, com suas recentes publicações em blogs segmentados para cada uma das línguas dos países onde o fundo atua; Trade Shows, seja palestrando, seja participando de feiras segmentadas.
O WWE é hoje o maior fundo de preservação ambiental do mundo.
Como fazer Marketing Social?
Assim como todas as outras estratégias de marketing que você pode fazer, é importante ter um Plano estratégico bem definido e documentado antes de começar: Para isso, fragmentamos um plano estratégico ideal em alguns tópicos que abordaremos a seguir.
Parte 1 – Análise de Viés e Motivadores
Como dito anteriormente, o Marketing social precisa de um embasamento voltado à melhoria do coletivo, logo, a primeira parte do seu plano estratégico deve focar justamente nisso: Qual o Problema que eu espero resolver? Como posso ocasionar esta mudança de aspecto social? Quais são as dificuldades que encontrarei no caminho? Quais os meus valores perante o assunto proposto?
Após definir seu viés e seus motivadores, partimos para a parte 2 do plano.
Parte 2 – Personificação do Público Alvo
É de vital importância saber de fato, “Com quem você está falando”, pois muito da sua estratégia terá que ser baseado nisso. Determinadas parcelas da sociedade possuem suas próprias necessidades básicas, hábitos de convívio e consumo de informações, vocabulário e até predisposição a participação em determinados temas, e você deverá levar isso em conta quando criar seu plano de comunicação. Fazer ou dizer coisas que o seu público não entenda ou não concorde, pode inviabilizar seu plano estratégico e ainda prejudicar sua imagem junto a estes públicos.
Pergunte-se quem são as pessoas que se beneficiarão com a sua ação social? Quem deverá fazer concessões para que os objetivos sejam alcançados ao fim? E ainda quais são os benefícios diretos e indiretos que essa ação pode trazer ao seu público.
Parte 3 – Concorrência
Se para um produto ou serviço lidar com a concorrência já é difícil, quando se fala de ações sociais, isso torna-se uma tarefa cirúrgica, uma vez que quando falamos de concorrência direta, estamos falando de outras pessoas que querem assim como você a melhoria e o bem social.
Aqui você deverá ponderar quem são os impeditivos e elementos contrários à sua ação. Note que nem sempre, quem vai roubar a atenção de seu público será de fato outra ação social. Algumas vezes, podemos nos deparar com conteúdo político, comercial, ideológico e em casos mais graves, conteúdo de marketing negativo contra você.
Parte 4 -Metas, KPIs e Milestones
A melhor forma de chegar ao objetivo final de suas campanhas, é entender e facilitar sua execução, e para isso nada mais inteligente que utilizar as metas e indicadores de performance. Cada fragmento da estratégia deve implementado com dados que indiquem o sucesso e a necessidade de uma revisão de execução.
Parte 5 – Análise ambiental
Aqui você validará o ambiente interno e externo do seu plano estratégico. Neste estágio você validará todas as informações escritas nas partes 1,2,3 e 4, além de gerir informações cruciais sobre o negócio, a equipe, o público e a concorrência.
Parte 6 – Gestão de imagem
Como sua marca pretende ser vista pelo público? Como você pretende transformar o público engajado em advogado da sua marca? Qual será a linguagem da comunicação utilizada nos canais utilizados?
Esse é o momento de pensar seu branding.
Parte 7 – Gestão de Canais de Comunicação
Por fim, você definirá quais serão os canais utilizados para sua ferramenta. Redes sociais, mídias tradicionais, participação em eventos, um software que ajude a engajar seus utilizadores, brindes ou o que mais pode fazer parte da sua estratégia será definido aqui.
Parte 8 – Validação e Aplicação
Depois de todos os pontos definidos, está na hora da validação. As metas são realistas? O budget será suficiente para todas as ações planejadas? O Público alvo está bem segmentado? É importante que dessa validação saia um plano estratégico utilizável.
Se tudo correr bem, estamos na parte final do nosso Plano: Botar a mão na massa!
Conclusão
Neste artigo você entendeu o que é Marketing Social e quais as diferenças entre ele e o Marketing comercial.
Nele, você também pode ver como a WWF utiliza o seu plano de marketing para disseminar suas ações e um passo-a-passo de como você pode fazer o mesmo.
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